domingo, 27 de março de 2011

Respeitável público...

Hoje é dia de festejar. É dia de Circo! 
A data é numa homenagem ao palhaço brasileiro Piolin, que nasceu nesse dia, no ano de 1897, na cidade de Ribeirão Preto, São Paulo. Considerado por todos que o assistiram como um grande palhaço, se destacava pela enorme criatividade cômica e pela habilidade como ginasta e equilibrista. Seus contemporâneos diziam que ele era o pai de todos os que, de cara pintada e colarinho alto, sabiam fazer o povo rir.
Desde muito antigamente as práticas circenses começaram na China e em Roma. A estrutura do circo como o conhecemos hoje teve sua origem em Londres, na Inglaterra. O anfiteatro tinha um picadeiro com uma arquibancada próxima e sua atração principal era um espetáculo com cavalos. Logo perceberam que só aquela atração não segurava o público e passou a incrementá-la com saltimbancos, equilibristas e palhaços. O palhaço do lugar era um soldado, que entrava montado ao contrário e fazia mil peripécias. O sucesso foi tanto, que adaptaram novas situações.
No Brasil, a história do circo está muito ligada à trajetória dos ciganos em nossa terra, uma vez que, na Europa do século dezoito, eles eram perseguidos. Aqui, andando de cidade em cidade e mais à vontade em suas tendas, aproveitavam as festas religiosas para exibirem sua destreza com os cavalos e seu talento ilusionista. Procuravam adaptar suas apresentações ao gosto do público de cada localidade.
Mas o circo com suas características itinerantes aparece no Brasil no final do século XIX. Instalando-se nas periferias das cidades, visava às classes populares e tinha no palhaço o seu principal personagem. Do sucesso dessa figura dependia, geralmente, o sucesso do circo.
O palhaço brasileiro, por sua vez, adquiriu características próprias. Ao contrário do europeu, que se comunicava mais pela mímica, o brasileiro é falante, malandro, conquistador e possuía dons musicais: cantava ou tocava instrumentos.
Circo contemporâneo é o que se aprende na escola. Fenômeno conseqüente das mudanças de valores na sociedade e suas novas necessidades. Grande parte dos profissionais do circo mandaram seus filhos para a universidade, fazendo com que as novas gerações da lona trabalhem mais na administração. Em fins dos anos 70, começam a aparecer as primeiras escolas de circo, no mundo inteiro. Na França, a primeira a surgir foi a Escola Nacional de Circo Annie Fratellini, em 1979, com o apoio do governo francês. No Canadá, artistas performáticos têm aulas com ginastas e, em 1981, é criada uma escola de circo para atender à necessidade desses novos acrobatas.
Interessante lembrarmos, no entanto, que essa importância que o circo assume no mundo capitalista já era cultivada na ex-URSS, desde a década de 20. Data de 1921 a criação de uma escola de circo na União Soviética, que coloca o circo no patamar de arte, com inovação dos temas e das formas de apresentação.
No Brasil, a primeira escola de circo foi criada em São Paulo, em 1977, com o nome de Piolin e funcionava no estádio do Pacaembu. Em 1982, surge no Rio de Janeiro a Escola Nacional de Circo, abrindo oportunidades para jovens de todas as classes e vindos de diferentes regiões do país. A partir de então, eles aprendem as novas técnicas circenses e, uma vez formados, podem montar seus próprios grupos ou trabalhar no exterior.

"O circo não tem futuro, mas nós, ligados a ele, temos que batalhar para essa instituição não perecer"

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